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Data criada para reconhecer as conquistas do público feminino também convida ao debate sobre os desafios enfrentados nos dias atuais, como a baixa participação nos espaços de poder

Nesta quarta-feira, 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, criado para celebrar a importância das mulheres na sociedade e reconhecer suas conquistas. Porém, a data também convida à reflexão sobre os desafios que o público feminino ainda enfrenta nos dias atuais, como a violência, a misoginia e a desigualdade, enraizadas em uma sociedade machista e patriarcal.

Na política, apesar de compor a maioria (53%) do eleitorado brasileiro, o público feminino ainda é sub-representado nos espaços de poder. É verdade que a mulher tem ocupado mais cargos públicos, graças à adoção de regras que favorecem candidaturas femininas, mas o avanço é ainda lento e aquém de sua capacidade.

Desde 2009, os partidos são obrigados a lançar ao menos 30% de candidaturas femininas para cargos eletivos, mas o repasse proporcional de recursos às candidatas só começou a ser obrigatório em 2018. Como resultado, as mulheres conquistaram 18% das cadeiras na Câmara dos Deputados no ano passado, recorde histórico da Casa. Porém, o avanço nem sempre se repete nos Legislativos estaduais e municipais.

Diadema, por exemplo, elegeu somente uma vereadora em 2018: Lilian Cabrera, o que representa 4,8% do total de cadeiras (21) – número que contrasta com o histórico progressista da cidade. A legislatura com maior representatividade feminina foi a décima (2001-2004), com cinco eleitas.

“A baixa representatividade das mulheres na política se deve ao fato de vivermos em uma sociedade patriarcal e machista, o que se reflete não só na política, mas também, por exemplo, no mundo do trabalho, haja vista a diferença de salários entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo”, diz Lilian. “Porém, tenho muita esperança de que as mulheres possam ocupar mais espaços de poder, porque têm capacidade para isso.”

A vereadora destacou ainda a necessidade da fortalecimento das políticas públicas voltadas ao público feminino e que promovam a igualdade entre homens e mulheres. “Uma mulher que tem oportunidade de trabalho e renda se fortalece para deixar o ciclo de dominação e violência. A vaga para o filho na creche é fundamental para que a mulher possa se dedicar integralmente ao trabalho remunerado”, exemplifica.

O presidente da Câmara de Diadema, Orlando Vitoriano, afirma que, normalmente, a formulação de políticas públicas voltadas aos direitos das mulheres passa pelas esferas federal e estadual. Porém, ressalta que a Câmara Municipal tem o papel fundamental de dar visibilidade às causas femininas.

“Cabe aos vereadores denunciar a falta de segurança e fiscalizar o Executivo na geração de políticas públicas para as mulheres”, afirma Vitoriano, citando como exemplo de iniciativa bem-sucedida da Prefeitura de Diadema a Patrulha Maria da Penha, criada há pouco mais de dois anos para intensificar a proteção às mulheres vítimas de violência doméstica no município.

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Foto: Giovane Nicomedio/CMD

8/3/2023

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