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Medalha que leva o nome da padroeira dos ciganos foi proposta e entregue pelo vereador Josa Queiroz

No dia em que se celebra a padroeira dos povos ciganos, a Câmara de Diadema homenageou com a medalha legislativa Santa Sara Kali lideranças dos povos ciganos e ativistas dos direitos desse grupo étnico. A honraria que leva o nome da padroeira foi proposta e entregue pelo vereador Josa Queiroz, que também presidiu a sessão solene realizada na tarde desta quarta-feira, 24 de maio, no plenário do Legislativo.

Foram homenageados com a medalha legislativa Santa Sara Kali: Dom Jorge Pierozan, bispo-auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; Ronn Marckes, músico cigano; Flavio Nalini e José Daniel Juarez Rolim, lideranças ciganas; e Ignez Edite Carneiro, da Pastoral Nômade do Brasil, que não pôde comparecer – Dom Jorge Pierozan, que também integra a mesma pastoral, recebeu a medalha em seu nome.

“Ficar do lado da maioria é muito fácil. Agora, assumir a defesa das minorias, dos invisíveis, poucos têm a coragem de assumir. Desde que assumi o primeiro mandato, em 2013, eu me comprometi com algumas bandeiras de luta, e a principal delas é a defesa daqueles que não têm representação nesta Casa. Eu não sou cigano, mas não preciso ser cigano para defender a cultura cigana”, argumentou Josa Queiroz.

“Nosso mandato dá visibilidade aos invisíveis, faz a defesa das minorias e se posiciona contra toda e qualquer forma de preconceito e intolerância, sem se importar com as consequências dessa defesa”, prosseguiu Josa.

Juarez Rolim lembrou que, desde 2006, o dia 24 de maio é também o Dia Nacional do Cigano, instituído por meio de decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Temos uma dívida para com Lula porque, até 2006, o único decreto que citava o povo cigano – e nem vou revelar o autor, para não lhe dar crédito – era o que proibia prostitutas, aleijados, malfeitores e ciganos de adentrar o país”, lembrou.

“Eu me incomodo muito com falas contra os ciganos e, de forma geral, contra todas as minorias, que não têm voz para se defender. Por isso é tão importante ser panfletário a favor dos pequenos e frágeis, porque os grandes se defendem sozinhos”, comentou Dom Jorge Pierozan.

A sessão solene teve ainda apresentações de dança cigana e do cantor Ronn Marckes. “Ser cigano nunca foi fácil, mas a gente tem atravessado coisas muito pesadas em um Brasil que regrediu 40 anos. É absurdo o que o ser humano consegue fazer com o ser humano. Porém, caminhar no remanso de um rio e poder respirar no dia seguinte ainda é o caminho do povo cigano porque, se o rio secar, a gente vai continuar andando”, disse Marckes.

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Fotos: Giovane Nicomedio/CMD

25/5/2023

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