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  • Teatro Clara Nunes lotado ovaciona entrega das medalhas legislativas Yabás-Mãe Rainha

    NOTÍCIAS DA CÂMARA  -  23/11/2023 - 17:13:24 - Assessoria de Imprensa

    Em uma noite especial, centenas de pessoas lotaram o Teatro Clara Nunes, no centro de Diadema, para acompanhar a entrega das medalhas legislativas “Yabás-Mãe Rainha” a 15 mulheres sacerdotisas de religiões de matriz africana atuantes na cidade e na região.

    Com a presença do vereador Josa Queiroz, autor da proposição que concedeu as medalhas, e da prefeita em exercício Patty Ferreira, o teatro foi tomado por roupas brancas e coloridas, turbantes, tambores, cantos e referências a Ogum, Exu, Iansã, Oxossi e outras entidades que compõem essas culturas de origem milenar. Além da concessão das medalhas, houve três apresentações musicais de cunho de religioso, representando as tradições do candomblé, da umbanda e do tambor de mina.

    Foram homenageadas as seguintes lideranças religiosas: Vodúngán Kelly D’Oyá, Iyálorisá Adriane T’Yemojá, Iyalorisa Carmen de Oxum, Iyá Fernanda ty Oyá, Mamet’u Dandominrewá Dandalunda, Mãe Luizinha de Nanã, Doné Lourdes T’Ogum, Iyalorisa Helena D’Ogum, Mamento Kitalocy, Iyalorisa Neinha D’Nanã, Iyá Claudia Rosa de Oyá, Iyá Batia de Ogum, Iyalorisa Nilzete D’Ogum, Iyalorisa Graça de Odé e Nachê Beth de Oyá.

    Após as presentes subirem ao palco e receberem suas honrarias, as Iyalorisas Carmen de Oxum e Graça de Odé agradeceram a homenagem. Carmen agradeceu a todos os presentes, fazendo menção especial ao vereador Josa Queiroz, e parabenizou todas as mulheres, “mães avós, batalhadoras, lutadoras, mulheres de fé, mulheres de axé”, sendo seguida por Graça de Odé, que também saudou os presentes e também seus ancestrais. “Muita sorte e axé para todos, só quem é ialorixá sabe a responsabilidade dessa posição, ainda mais quando se é mulher”, afirmou a liderança.

     

    O sagrado e o feminino

    Entre as apresentações musicais e a entrega das medalhas, o vereador Josa Queiroz e a prefeita Patty Ferreira subiram ao palco, acompanhados do secretário de cultura de Diadema, Camilo Vannuchi, e de Cássio Ribeiro, presidente da Federação de Umbanda e Culto Afro-Brasileiro de Diadema (Fucabrad).

    Ribeiro se disse emocionado com a cerimônia e a casa cheia. “Nossa religião mostra sua grandeza e sua força ao lotar essa casa. Essa noite só foi possível por conta de um guerreiro e umbandista chamado Josa, a quem devemos agradecer”, afirmou. “Nós temos aqui hoje muitas rainhas. Mães que lutam com amor, com dignidade, com honra e com força para preservar a tradição e a cultura afro-brasileira, além de acolher pessoas desvalidas e sem caminho em suas casas”, concluiu.

    Na sequência, Vannuchi deu as boas vindas a todos e todas, e salientou a importância do Teatro Clara Nunes ser ocupado por eventos como esse, que valorizem a diversidade e a cultura brasileira. “Venham sempre, ocupem, é uma alegria para a gente da cultura ter um evento como esse”, finalizou.

    Patty Ferreira se disse satisfeita com “tanta coisa linda e boa” e com “essa energia que estou recebendo de cada um e cada uma de vocês”, ressaltando a importância de se “falar do sagrado e do feminino” e da representatividade das religiões de matriz africana.

    Por fim, Josa Queiroz, líder do governo na Câmara Municipal, lembrou que o evento vinha sendo organizado há cerca de três meses e que, inicialmente, previa mais atividades, como apresentações culturais, trocas de experiências entre empreendedoras de Diadema e visitas a terreiros – além da presença de Ronke Ademiluyi, rainha do antigo reino de Ifé, “representando todo o continente africano e a linda mensagem que este continente traz para nós”.

    Queiroz afirmou que as 15 homenageadas foram eleitas de forma “muito criteriosa”, criticou o extremismo religioso e defendeu a importância das mães e matriarcas dentro da estrutura de organização dessas religiões. “Por isso, na condição de vereador, eu me sinto muito feliz de poder contribuir com esse momento. Hoje é um momento especial para reconhecer a contribuição de cada uma de vocês, não tem ninguém com menos de 30 anos de sacerdotismo e construção da nossa religião presente aqui hoje”.

     

    Ausência da rainha Ronke Ademiluyi

    Inicialmente, estava prevista ainda uma homenagem à Ronke Ademiluyi, rainha do antigo reino de Ifé, atualmente território da Nigéria, que receberia o título de cidadã diademense. Como explicou Kátia Dias, que integrava a organização da visita de Ademiluyi, a rainha enviou um pedido de desculpas por não poder participar da cerimônia: “O motivo informado é que ela tem proibições religiosas, ela de ultima hora não podia viajar, não pôde sair de Londres. A rainha é de Ifá, e aqui no Brasil muitas pessoas pertencem a filosofia de Ifá, e a gente sabe das proibições. Quando Ifá determina, a pessoa tem que cumprir e não tem desculpa, e é essa a justificativa que recebemos, inclusive por isso que foi de ultima hora”.

    Após a explicação de Kátia, que anunciou também a intenção de Ademiluyi voltar a Diadema em 2024, foi exibido um vídeo em que a homenageada justificou sua ausência.  

     

     

     

    Texto e fotos: Júlio Delmanto

     

    Câmara de Diadema

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